terça-feira, 6 de julho de 2010

PROFESSORES DA REDE PÚBLICA ESTADUAL RECEBEM TREINAMENTO DO PROGRAMA “ESCOLA QUE PROTEGE” Programa tem por finalidade enfrentar e prevenir a violência

Professores da rede pública estadual receberam treinamento ministrado por equipe da UREI (Unidade Regional de Educação de Imperatriz) com vistas a enfrentar e prevenir a presença da violência nas escolas estaduais. O treinamento ocorreu como parte do programa do Ministério da Educação e Cultura (MEC) chamado “Escola Que Protege”. O treinamento, segunda etapa de uma série de três, ocorreu sexta-feira, 18, na Escola Graça Aranha, localizada à Rua 13 de Maio, s/n. Nova Imperatriz.

A violência é um problema recorrente nas escolas do país inteiro e o Maranhão e sua segunda maior cidade, Imperatriz, não estão fora dessa realidade. Ainda que não haja dados estatísticos que mensurem a dimensão do problema, para quem vive o dia a dia das escolas, especialmente os professores, não há dúvida que a violência, em suas mais variadas formas, frequenta as salas de aula e os corredores das escolas. A professora Marinete Chaves, diretora adjunta da Escola Dorgival Pinheiro de Sousa, em Imperatriz, confirma que a violência “tem se tornado uma realidade no cotidiano escolar. Tem causado prejuízos ao ensino/ aprendizado e ás relações interpessoais.”

Para Joseane Carvalho, professora de Química na Escola Dorgival Pinheiro de Sousa, participante do treinamento, o problema da violência ocorre não somente entre alunos; professores recebem ameaças de violência física, ameaças que, em alguns casos, chegam à concretização. Segundo a professora, além da violência física, a agressão verbal contra professores é constante. O professor de Física Romero Araújo, também da Escola Dorgival, nunca presenciou ou sofreu qualquer tipo de violência, mas afirmou que já ouviu relatos de colegas de magistério que passaram pelo constrangimento. Ambos ressaltam que a violência não nasce dentro da escola, mas tem sua origem, principalmente na desestrutura familiar, um problema presente em todas as classes sociais.

A diretora adjunta e os professores entrevistados relataram que a Escola Dorgival Pinheiro de Sousa, à semelhança de outras escolas da região, têm tomado iniciativas próprias para enfrentar e prevenir a violência dentro da escola. “Primeiramente fizemos parceria com Polícia Militar implantando o projeto PROERD, programa de prevenção e combate à violência e às drogas na escola. Fazemos palestras e trabalhamos o próprio aluno em sala de aula com atividades de produção de textos, murais etc. que tratem do assunto”, disse a professora Marinete Chaves. Ressaltou ainda a professora Marinete: “Atualmente os professores têm participado do projeto Escola que Protege, com formação continuada , dando suporte ao professor de como lidar com este problema em sala de aula.”

O projeto “Escola Que protege”, segundo o site do MEC, é um projeto gerido pelas Universidades Federais, “voltado para a promoção e a defesa dos direitos de crianças e adolescentes, além do enfrentamento e prevenção das violências no contexto escolar. A principal estratégia da ação é o financiamento de projetos de formação continuada de profissionais da educação da rede pública de educação básica, além da produção de materiais didáticos e paradidáticos nos temas do projeto. O objetivo do programa Escola que Protege é prevenir e romper o ciclo da violência contra crianças e adolescentes no Brasil. Pretende-se, portanto, que os profissionais sejam capacitados para uma atuação qualificada em situações de violência identificadas ou vivenciadas no ambiente escolar.” Na Região Tocantina o projeto é implementado nas escolas pela UREI por meio de uma equipe de sete supervisores que trabalham na ministração de palestras e acompanhamento de projetos voltados para a prevenção da violência.

A professora Antonia Márcia, primeira à esquerda na foto, uma das supervisoras da equipe da UREI, declarou que a finalidade do segundo encontro é, primeiramente, por em discussão o papel da escola, das instituições, da sociedade e num segundo momento, através da análise do vídeo “O Contador de Histórias”, fazer uma reflexão do papel do educador e das instituições para verificar se estão enfrentando e prevenindo a violência ou promovendo-a.

Todos os entrevistados avaliaram positivamente o treinamento como um excelente instrumental no combate à violência, mas os professores Joseane e Romero destacaram a necessidade da presença, em cada escola, de profissionais habilitados, a saber, psicólogos, psicopedagogos e psicanalistas, os quais por sua formação específica podem trabalhar a violência e suas causas. Os professores afirmaram que o projeto coloca nas mãos do professor uma tarefa para a qual não tem formação específica, havendo a necessidade de os governos, estadual e federal, providenciarem para as escolas os profissionais já mencionados.


Por Silas W. S. Chaves, 06 de julho de 2010

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